Não sabia bem como começar, não queria que este primeiro post fosse banal ou de revolta, queria pinta-lo de várias cores como o arco-íris e que mil borboletas voassem por cima da cabeça. Queria sentir-me criança e deitar-me na areia, onde o sol me beijasse a cara e as ondas do mar me fizessem cócegas nos pés.
Queria rebolar no campo, apanhar flores, subir nas arvores e cair sabendo que podia correr para um regaço e que ninguém me ralhava.
Hoje pensei em tudo o que gosto e que sinto falta, mas esses pensamentos fizeram-me sorrir e encheram-me de calor :) , a falta da infância e das pessoas, da minha avó e do seu do seu abraço quente, das panquecas com a moni , dos biscoitos da mãe, do cheiro do skate park , dos abraços e dos beijos, dos risos desmedidos, das borboletas na barriga e até de corar. Lembro-me de corar, corava tantas vezes que parecia um tomate e agora nem sei o que é isso, era a inocência e os sentimentos puros. O inicio das aulas, em que todos tinham algo para contar, o cheiro dos livros novos e de ouvir a minha mãe dizer "...gosto tanto deste cheirinho...", dos jogos da bola só de raparigas, de ir ao liceu e entrar tipo fugitiva só para assistir as aulas dos outros. Há dias reparei que já não me riu tanto outras vezes já não com o mesmo gosto.
Hoje o pai de um amigo faleceu, não é grande começo de ano mas é a realidade. É triste para ele e fico triste por ele.
Mas a vida é assim e os vivos estão cá e para me lembrar disso tive a boa noticia de ano novo, dada pela Cat em que um amigo nosso saiu do coma o que é óptimo porque já temíamos o pior.
Melhor ainda foi quando falei com ele, senti-me feliz e aliviada em não perder mais um amigo num (ou como ele diz "em um") acidente parvo.
Tantas horas passadas a porta da sua casa, tantas confidencias, a verdade é que temos uma relação especial, não tenho estado tanto com ele é verdade, mas quando nos encontramos é igual, eu abro a matraca e falo com ele horas a fio se for necessário .Há pessoas que nos marcam, por tudo o que passas com elas e pelo carinho partilhado com elas. Para a semana vou visita-lo pois ele volta a casa, espero que ele esteja bem mesmo e com bom aspecto, tenho medo de que esteja diferente não sei o que esperar apesar de me ter descrito o seu estado, acredito que esteja debilitado mas gostava de o ver como o conheço. Pode ser parvoíce , ou o desejo de que nada se tivesse passado, em que apenas é mais um dia que não o encontrei na rua.
Entrei bem, com saúde , sem desejos nem promessas, sem passas ou cuecas de cor, este ano decidi assim, nada de ano novo vida nova.
Entrei neste ano sendo eu mesma, com os dois pés no chão e sem crenças, assim mesmo é que deve ser, pés no chão e sonhos na cabeça.
cheguei ao fim de mais um dia e apesar de algumas coisas estou feliz por muitas outras.
Por isso e agora sim desejo um óptimo 2008.
Para espreitar